"A batalha decisiva pela libertação da Europa começou a sessenta anos, em junho de 1944, quando uma guerrilha soviética emergiu das florestas e dos pântanos da Bielorrússia para lançar um ousado ataque surpresa contra a retaguarda da poderosa Wehrmacht. As brigadas guerrilheiras, incluindo muitos combatentes judeus e figitivos de campos de concentração, plantaram 40 mil cargas de explosivos, devastando linhas férreas vitais, que ligavam os 700 mil soldados do Grupo Central de Guerra alemão às suas bases de suprimentos na Polônia e na Prússia Central.
(...) Havia começado a operação Bagration (assim batizada em homenagem a um heroi russo de 1812), um ataque por uma frente de 500 milhas de extensão.
Essa blitzkrieg vermelha - a resposta ao pedido de Eisenhower de uma grande "distração" para enconbrir os ataques à Normandia - rompeu a frente alemã em cinco pontos estratégicos, deflagrando o ataque das forças blindadas soviéticas contra a retaguarda das posições alemãs, onde 130 mil nazistas foram aniquilados apenas na primeira semana. No fim de agosto, mais de cinquenta divisões alemãs, inclusive algumas das mais famosas unidades da frente oriental, haviam sido destruídas, e a Rússia branca estava completamente liberta. No final, Hitler deslocou reservas de elite da Europa ocidental para deter temporariamente a onda soviética nos bancos do Vístula, nos arredores de Varsóvia. Consequentemente, as tropas norte-americanas e britânicas enfretaram poucas das veteranas divisões Panzer, que estavam originalmente posicionadas para rechaçá-las de volta para o mar; também não tiveram de enfrentar os reforços enviados do leste, como temia Eisenhower. (...) Não encontramos a operação Bagration em nenhum livro básico sobre a história norte-americana moderna".
Mike Davis, urbanista, historiador e ativista político, autor de "Apologia dos bárbaros: ensaios contra o império" (p.280-281, Boitempo, 2008).
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