O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) acredita firmemente no personagem que ele criou para si mesmo. Algo histriônico, absolutamente midiático, ao substituir a esgotada Marina Silva ele pareceu ser o homem certo no lugar certo. Faria bastante barulho, mas asseguraria, no ritmo exigido pelo Planalto, as licenças ambientais para os grandes projeto do PAC, notadamente no setor elétrico, epicentro da crise que levou à queda da senadora acreana.
A vida - sempre ela - não se submete à linearidades. Minc bem que tentou. Fez concessões variadas, cobrou reparações esquálidas e, às vezes, ridículas, foi levando o barco em águas turbulentas, acreditando que uma boa lábia e um relativo senso de equilibrismo seriam suficientes. Ao que parece, pode estar redondamente enganado.
A cada recuo, novas cobranças para satisfazer a fome insaciável por maiores flexibilizações na legislação ambiental. Não existe limite para os que advogam o desenvolvimento a qualquer custo e sacrossanto lucro do grande capital.
Agora, em posição de nítida desvantagem e depois de ter assistido seus "colegas" de ministério avançarem furiosos sobre seus precários domínios, Minc resolveu colocar a boca no trombone e denunciar os que querem destruir a legislação ambiental. Esses, note-se, estão dentro do mesmo governo e foram todos eles nomeados pelo mesmo presidente. Logo, talvez não sejam os titulares da Agricultura (Reinhold Stephanes ), Transportes (Alfredo Nascimento) e de Assuntos Estratégicos (Mangabeira Unger) que estejam fora de sintonia.
O patrão e chefe deles, o presidente Lula, sabe muito bem o que faz. Suas opções estão por demais consolidadas. Não demorará muito para que Carlos Minc descubra que não existe mais chão sob seus pés.
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