A tessitura de uma fraude
Belo Monte ainda está nas pranchetas, mas já é uma usina de suspeições. Aqui, na edição de hoje do Valor Econômico, alguns sinais de que o governo federal está disposto a ultrapassar todos os limites para beneficiar os mesmos monopólios de sempre, fazendo tábula rasa da legislação ambiental que - ainda e não se sabe por quanto tempo - tenta erguer um muro de proteção contra as mais acintosas agressões contra a Amazônia e seus povos.
Um comentário:
Belo Monte ou Kararaô é uma espinha atravessada na garganta do capital. Passados 20 anos desde que o gesto de Tuíra percorreu o mundo demonstrando a disposição dos povos indígenas em não permitir tamanha afronta aos seus territórios. O Capital representado pelas empreiteiras e sob a proteção do Estado brasileiro, tenta por todos os meios vencer as resistências dos povos. Nem uma palavra é escrita nas análises econômicas sobre essa resistência e indignação das populações daquela região e também de qualquer pessoa de bom senso, sobre os prejuízos que acarretarão para o Xingu e seus povos a construção das barragens. Pra completar o quadro há no ministério do meio ambiente esse arremedo de ecologista, que concerteza não é capaz de jogar um papel de bala na rua, mas não abre mão do ar condicionado em seu escritório e nem do carro pra ir ao trabalho. Quanto isso custa? Não entra nas contas desses ditos consórcios (Esses consórcios uma vez formados e afrontando todas as leis ambientais do país, não configuraria formação de quadrilha?)! Eis que chegamos em uma hora crucial a resistência prossegue e nessa medição de forças esperamos estar preparados pra derrubar esse Golias.
Cláudio Teixeira
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