Cesare Battisti vive, há 30 anos, num labirinto de fogo. Os anos 70, de chumbo e de sangue, parecem que não vão terminar nunca. Uma dor que não cessa e uma vida consumida por uma eterna fuga, sempre assombrada pelos fantasmas - reais e a cada dia menos dissimulados, de uma direita que não nega sua essência hípócrita e intrisicamente violenta. Sua última estação de sofrimento, recolhido a uma cela do presídio da Papuda, em Brasília, é um exemplo acabado de como pode continuar sendo demonizado e estigmatizado.
O Correio da Cidadania reuniu dois intelectuais para refletir sobre esse drama ainda inconcluso. Mário Maestri, doutor em História, e Florence Carboni, italiana com doutorado em Linguística, têm em comum muito mais que o sangue italiano. A visão que ambos expressam vai ao fundo do problema: o enorme retrocesso político vivenciado pela velha Itália, sob o comando de políticos fascistóides como o histriônico (e não menos corrupto e pernicioso) primeiro-ministro Sílvio Berlusconi.
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