A Alcoa, terceira maior produtora de alumínio do mundo, costuma falar grosso. No início deste ano mandou embora mais de 13 mil empregados, executando o que chamou de estratégia agressiva frente à crise global. Costuma não recuar diante de obstáculos, acostumada a mandar e ser obedecida por governantes solícitos em vários continentes.
Agora, a Alcoa tem diante de si um levante de ribeirinhos de Juruti, a mais de 800 quilômetros de Belém, onde implanta um projeto de produção de bauxita avaliado em US$ 2 bilhões. De novo, a resposta vem em termos de chantagem: ou os moradores tradicionais suspendem o movimento, que há vários dias impede o acesso ao porto da empresa, ou poderá - pelo menos é o que ameaça a corporação estadunidense - suspender o projeto, arrumar as malas e voltar ao seu país de origem.
Diante de um conflito pintado com cores tão dramáticas é sintomático que o governo do Pará, responsável pelo polêmico licenciamento ambiental da obra, se mova com tanta lentidão e visível constrangimento. Deve ser difícil admitir que por trás da propolada "sustentabilidade social e ambiental" o que se vê é a marca do neocolonialismo de sempre.
Um comentário:
Pôxa, que pena que os moradores concordaram em deixar a área. Deveriam permanecer e garantir que a predadora e criminosa empresa, que procura esconder seus crimes criminalizando comunidades tradicionais,cumprisse o prometido e voltasse a seus país de origem. Juruti perderia meia dúzia de empregos e ganharia a sustentabilidade para seus moradores, smeos riscos de invasão de semiempregados que, a cada grito de crise ( bradado justamente pelos empresários que defendem com unhas e dentes o livre mercado mas com as bençãos e os financiamentos do Estado que tanto odeiam), são os primeiros a receber o chute na bunda, transformando-os em miseráveis que incham essas cidades - vide Vale e Parauapebas.
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