Para a desembargadora Assuste Magalhães, do Tribunal Regional Federal da 1a Região, em Brasília, não existe "risco à ordem pública" com a libertação de Paulo César Quartiero, prefeito de Pacaraima (RR) e principal suspeito de ter ordenado, há poucas semanas, o despejo violento de um grupo de indígenas de terras de uma de suas fazendas na Reserva Raposa/Serra do Sol. A ação dos pistoleiros encapuzados resultou no ferimento à bala de nove índios, causando comoção internacional.
Junto com Quartiero, também foram soltos seis homens apresentados como "funcionários" da fazenda, além de seu filho, que no mês passado sofreu ferimentos ao tentar lançar uma bomba caseira sobre as tropas da Força Nacional de Segurança. Aliás, armamentos pesados e explosivos parecem ser uma das especialidades desta família de grileiros. Não foi por acaso que a PF apreendeu na fazenda Depósito, onde o atentado contra os indígenas foi praticado, 149 tubos contendo substâncias explosivas. As armas, que aparecem claramente na fita de vídeo de documenta o quase massacre, já haviam sido convenientemente retiradas de lá, mas é de conhecimento público que partiu de Quartiero a iniciativa de constituir uma verdadeira milícia de pistoleiros, alguns até vindos da vizinha Venezuela.
Todos esses elementos não foram suficientes para convencer os ilustres magistrados, que resolveram relaxar a prisão dos acusados, contrariando o pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Resultado: o conflito tende a se agravar, conferindo cores ainda mais dramáticas a este cenário de tragédia anunciada.
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