Um "investidor" sueco anunciou que pretende "comprar" a Amazônia brasileira por US$ 50 bilhões. Para alguns, motivo de risos. Para outros, acometidos de súbita xenofobia, a prova que faltava de que existe mesmo uma orquestração das grandes potências para "internacionalizar" quase a metade do território brasileiro. Ressurge com força a histeria contra as "ONGs" estrangeiras, que estariam se infiltrando entre as populações indígenas, além de toda sorte de teorias alarmistas. Até o presidente Lula entrou na dança e anunciou ontem em discurso no Rio de Janeiro que a "Amazônia tem dono".
Enquanto a platéia fica entretida com uma polêmica que sempre esteve mais próxima da anedota que de alguma ameaça verídica, uma "invasão" silenciosa ocorre e se aprofunda, sem que o governo insinue a menor reação. Segundo dados do Incra, estrangeiros detém 33.228 imóveis no país, equivalendo a 0,64%do total, abocanhando 5,6 milhões de hectares. Só na cobiçada Amazônia Legal são 3,1 milhões, uma boa parte adquiridos por empresas transnacionais interessadas em produzir agrocombustíveis.
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