O tablóide bissexto O Paraense está de volta às bancas. Seu reaparecimento às vésperas de mais um processo eleitoral deve ser lido como uma demonstração do elevado grau de beligerância das forças políticas identificadas com o PSDB e seus satélites. Pelo menos é o que transpira nas 16 páginas recheadas de virulentos ataques ao governo da coalizão PT-PMDB, apresentado como fonte de todos os males pretéritos e atuais no devastado cenário paroara.
As digitais tucanas são tão evidentes que até prescindiriam da longa (e, de resto, hilária) entrevista de duas páginas com o senador Mário Couto (PSDB-PA). Mesmo um panfleto partidário deve manter alguma compostura.
3 comentários:
Perguntar não ofende: qual a diferença para o jornal Diário do Pará? Não seria só a cor de dentro.
Anônimo das 07h38,
Concordo com você: a partidarização da imprensa paraense é um fenômeno muito mais amplo e está presente nos grandes jornais da terra, como o Diário e o O Liberal.
O Página Crítica tem tratado seguidas vezes dessa questão, demonstrando o quanto isso implica na perda de qualidade editorial dos periódicos, submetidos à lógica das forças políticas e empresariais - não necessariamente nesta ordem - que lhes dão sustentação.
Ao jornalista Ronaldo Brasiliense,
Lamento não postar seu comentário. Tenho por norma não publicar texto que considero injurioso ou de baixo nível, como infelizmente classifico sua mensagem. O objetivo do post não era, de forma alguma, atingir moralmente quem quer que seja e não se pautou por qualquer juízo de valor sobre os profissionais que fazem o jornal O Paraense. Portanto, julgo totalmente descabidos os ataques de caráter pessoal que você me dirige, talvez como forma de tergiversar o tema central da polêmica.
Sustento o sentido principal da minha crítica, ao afirmar o evidente alinhamento político-ideológico do O Paraense com o PSDB em sua cruzada contra o governo da coalizão PT-PMDB. É impossível não identificar as digitais de um panfleto, muito embora sob a denominação de um órgão de mídia independente, ainda mais que se arvora herdeiro direto do antigo O Paraense, publicação germinal da imprensa revolucionária brasileira, surgida no Grão-Pará no início da segunda década do século XIX, pelas mãos geniais de Felipe Patroni Martins Maciel Parente.
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