A confusão entre público e privado é uma das mais nefastas heranças que os tucanos legaram ao governo da coalização PT-PMDB. E a expressão mais acabada desse estilo de governar é, sem dúvida, a sobrevivência das organizações sociais, entidades civis que gerenciam de forma privada e sem quaisquer mecanismos de controle centenas de milhões em investimentos públicos, notadamente na área da saúde e da cultura. O festejo do primeiro ano do Hangar, multimilionário centro de convenções em Belém, nesta semana, comprova como, num espaço de tempo relativamente curto, pode haver uma adaptação tão perfeita entre supostos antagonistas na arena política.
A perda do senso (seja de responsabilidade, seja do ridículo) pontificou em duas peças publicitárias alusivas à festança, publicadas na imprensa neste domingo e que serão, certamente, muito bem pagas com recursos públicos.
Custa crer que as duas páginas em policromia, no caderno Negócios, do Diário do Pará, com direito a dezenas de fotos de cortesãos de todos os quilates, possam levar a assinatura da Secretaria de Estado de Cultura. As decadentes colunas sociais que ainda porejam na imprensa local devem estar se contorcendo de ciúmes.
Mas o golpe de misericórdia veio à noite, em horário nobre, com o insert veiculado nas TVs. Sobrou até alguns poucos frames para o virtual candidato a prefeito de Belém, o petista Mário Cardoso, que andava meio sumido do noticiário.
Nos dois casos, uma interessante matéria-prima para um inadiável trabalho de investigação do Ministério Público.
Um comentário:
O PT, via governadora Ana Júlia e outros, criticava abertamente os tucanos por causa da construção do Hangar. Hoje, na maior cara de pau, festeja o primeiro aniversário daquele espaço, como se o governo petista tivesse construído o Hangar, num rega-bofe de fazer inveja a qualquer grande festa. Foi mais um derrame de dinheirama com o nosso pobre dinheirinho.
Tudo para promover a Joana Pessoa e os seus. E ninguém faz nada?
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