A orelha de Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), deve estar queimando. Finalmente apareceu alguém com autoridade para responder às suas últimas entrevistas bombásticas. O alvo de Mendes, como todos sabem, foi o Movimento dos Sem Terra (MST), acusado de ser uma organização criminosa. A metralhadora giratória manejada por esse ex-auxiliar direto de FHC disparou para todos os lados. Investiu contra o governo Lula, mirando no repasse de verbas públicas a entidades supostamente ligadas ao MST. E fez mira no Ministério Público Federal, pintado como omisso.
Com uma mistura de equilíbrio e firmeza, o Procurador-Geral da República deu o troco. Antônio Fernando de Souza disse que o Ministério Público "não está dormindo", mas que também não age com "estardalhaço". Aduziu que a questão agrária é "muito complexa" e que é preciso garantir o direito de defesa antes de emitir juízo.
Pressionado a responder objetivamente às cobranças do ministro do STF, ele foi direto, segundo reportagem publicada na Folha de São Paulo: "Não faço julgamento de autoridades. Cada um sabe do que diz. Também não é atribuição dele julgar esse caso concreto (a morte de jagunços em fazenda ocupada pelo MST em Pernambuco). Ele deve achar que é. As minhas atribuições eu sei plenamente e me mantenho dentro delas."
Definitivamente, Gilmar Mendes poderia ter dormindo sem essa.
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