sábado, 14 de março de 2009

Submarino

No pacote habitacional que o Planalto promete para os próximos dias, com a meta de construir 1 milhão de casas em dois anos, está embutida uma medida perversa: a utilização de recursos do FGTS - um fundo compulsório com R$ 6,7 bilhões em caixa - para o financiamento de imóveis de R$ 500 mil, ou seja, subsídio com recursos do trabalhador para sustentar o mercado imobiliário voltado para a classe média. Uma armadilha, portanto.
Já as famílias com renda de até três mínimos, faixa que concentra cerca de 90% do déficit habitacional, podem colocar as barbas de molho. A promessa do megaplano de incentivo à construção civil pode se transformar em miragem eleitoral. A conferir.

3 comentários:

Alan Lemos disse...

Apesar de ter sido criado pela ditadura militar no intuito de criar uma reserva "garantida" de dinheiro a baixíssimos juros (paga apenas 3% ao ano), é uma das melhores formas já vistas de fazer com que as "classes não-empresariais" disponibilizassem seus recursos ao crédito e depois somassem bens duráveis.

Talvez só mesmo este tipo de intervenção no mercado possa fazer crescer o patrimônio dessas classes. Uma boa pedida seria elevar o FGTS de 8% para algo como 20%: de uma mesma tacada reduziria o risco de inflação, haveria possibilidade de reduzir a Taxa Básica (de juros) e principalmente aumentar o patrimônio dos contribuintes.

Anônimo disse...

Por aqui, essa ação tem ainda mais um complicador: estão trabalhando com um projeto, lá na Cohab, de utilização da área da Pirelli, em Marituba, para construção de 500 casas. Me parece que essa ação seria uma ameaça ao meio-ambiente, considerando que essa ainda é a única área verde preservada na região metropolitana de Belém.
Por que então esse governo não vê uma outra área para contruir as casas?
Ou será que a intenção é essa mesma: de criar dificuldades pra se ter uma desculpa para esse plano meramente eleitoreiro.

Aldenor Jr disse...

Anônimo das 09h33,

Infelizmente não são apenas 500 casas; seriam, segundo o que tem vazado na imprensa, algo em torno de 9.000 casas populares, com recursos do governo federal.
Está ideia já passara pela cabeça do ex-governador Jader Barbalho, nos idos dos 90, e resultou no "escândalo do Aurá". Será que caminhamos para uma versão 2.0 deste mesmo enredo de malfeitorias?