segunda-feira, 30 de março de 2009

Será miragem?

A temporada das promessas mirabolantes recomeçou com velocidade total. Além das 50 mil unidades do pacote de construção do governo federal, eis que ressurge das cinzas a antiga promessa da Vale - sempre ela - construir 30 mil casas, velho e esfarrapado compromisso firmado - de papel passado e tudo - entre a megaempresa e o ex-governador Simâo Jatene, depois de mais uma daquelas encenações de rompimento e de guerra total. A paz foi selada - em termos que talvez jamais sejam revelados -, as partes se acertaram e as casas, cumprindo a regra, foram remetidas a um futuro incerto e duvidoso.
Agora, o governo petista traz o assunto de volta ao anunciar que a Fundação Vale, com recursos do plano "Minha Casa, Minha Vida", promete construir 10 mil unidades a um custo de R$ 150 milhões, além de "sinalizar" seu interesse de construir outras 15 mil casas populares.
A notícia, como se vê, mal consegue ficar de pé e espalha muitas dúvidas. Afinal, qual a credibilidade que a Vale tem para renovar a promessa de anos atrás sem apresentar qualquer justificativa para a rasteira - mais uma - que passou no distinto público daqui? E o que significa utilizar recursos do pacote do governo Lula, quando se esperava justamente que a mineradora abrisse seus cofres numa medida de compensação pelos gigantescos impactos socioambientais que produz no Pará há tantos anos?
Resta torcer para que não se esteja assistindo a repetição de mais um embuste, desta feita de olho no clima pré-eleitoral que se instalou com notável antecedência.

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