Depois de 15 dias dedicados a demonizar o delegado Protógenes Queiroz, apresentado como um enlouquecido caçador de fantasmas, eis que o espectrômetro da grande impresa voltou, mesmo que momentaneamente, para o foco principal da Operação Satiagraha: as suspeitíssimas operações do banqueiro Daniel Dantas. A Folha de São Paulo revela que entre os papéis apreendidos no apartamento do proprietário do banco Opportunity, em 8 de julho do ano passado, desponta uma folha dedicada às "contribuições ao partido". Uma legenda não identificada teria recebido - por "fora", é óbvio - a bagatela de R$ 30,4 milhões.
Se um dia forem identificados os beneficiários das planilhas de Dantas, batizadas com enorme sinceridade de "extratos", "contribuições ao clube" e "contribuições ao partido", talvez seja revelada a extensão e profundidade da enorme teia de apoiadores, em todas as instituições e de todos os matizes, que o bilionário pacientemente teceu ao longo de sua meteórica carreira. É justamente essa reserva estratégica que parece ter sido acionada para construir a enorme cortina de fumaça que se dedica a demolir, um a um, os que ousaram enfrentar este senhor de gados e de gentes.
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