De um lado, com suas raízes perdidas em mais de três mil anos de história contínua de permanência na região, 15 mil indígenas de cinco etnias e suas 152 aldeias.
De outro, instalados na área desde a década de 90, com abundante financiamento de bancos públicos, seis grandes proprietários rurais e suas gigantescas plantações de arroz.
Em Roraima, neste momento, trava-se uma batalha decisiva. Se for confirmado o recuo do STF (Supremo Tribunal Federal), que poderá decidir contra a homologação da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol em áreas contínuas, estará aberto o caminho para o questionamento judicial de dezenas de outras áreas, atiçando ainda mais a cobiça dos grupos econômicos interessados na rápida abertura de novas frentes de exploração de madeira e minério.
É uma luta brutal, onde se perfilam interesses poderosos, com seus exércitos de juristas de aluguel, acadêmicos de saber duvidoso, além de militares xenófobos e políticos de baixa estirpe. São movidos a peso de ouro para erguer argumentos a favor da secular tradição de extermínio dos povos originários em nome de um progresso que permanecerá para sempre como uma miragem. Pelo menos, para as grandes maiorias sociais.
Diante de sinais objetivos da manobra em curso, a hora é de deflagrar um levante cívico antes que a ignomínia seja concretizada. Até porque pouco ou nada se pode esperar de um governo que pratica um jogo dúbio, mantendo, ao mesmo tempo, a combativa posição a favor da causa indígena do ministro da Justiça, Tarso Genro, enquanto o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, conspiram livremente em sentido diametralmente oposto, como destacados integrantes do lobby civil-militar que trabalha para a destruição das conquistas alcançadas em décadas de luta pelos direitos dos povos indígenas em solo brasileiro.
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quarta-feira, 30 de abril de 2008
As fileiras da conspiração
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