“Os dias de discurso já acabaram. O governo precisa montar um plano concreto para corrigir os problemas”. O autor da frase não pode ser acusado de esquerdista, nem de opositor declarado ao governo do PT. Tim Cahill, responsável na Anistia Internacional para temas relacionados ao Brasil, apenas verbaliza o desencanto da entidade com a política - melhor dizendo, com a falta de - relativa à defesa dos direitos humanos no país, que continua sendo palco de conflitos sangrentos pela posse da terra e vitimando um grande número de pequenos camponeses, índios e quilombolas.
Em documento encaminhado à ONU, no início deste mês, a Anistia reiterou suas denúncias contra a omissão do governo brasileiro, em particular nas áreas do campo, transformadas em "zonas sem lei".
Faltou apenas acrescentar: a violência não é gratuita, nem tampouco fruto de instintos genocidas de uma meia dúzia de grileiros e potentados do campo. Por trás da cortina, em suítes deslumbrantes, nos Estados Unidos e na Europa, a plutocracia, com suas mãos imaculadas, mexe as cordinhas para que a ordem natural das coisas não se altere sob os trópicos. São os donos da engrenagem que faz a roda da recolonização continuar girando, incessante e velozmente.
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