Você entregaria sua saúde e a de seus filhos nas mãos de uma empresa que tem uma trajetória associada, simultaneamente, ao Projeto Manhattan, que originou a bomba atômica, ao agente laranja, cujo rastro de destruição no Vietnã e em outras partes do mundo está presente até hoje, e aos hormônios de crescimento bovino suspeitos de provocar câncer no seio entre consumidoras norte-americanas? Provavelmente, não. Porém, todos os dias, sem saber, milhões de brasileiros consumem produtos - óleo de soja, por exemplo - que trazem, em maior ou menor escala, a participação da gigante Monsanto, multinacional norte-americana que é líder mundial na produção de sementes transgênicas.
O poder e o jogo bruto da Monsanto são notórios. Suas íntimas relações com os governantes do mundo, como presidente democrata Bill Clinton, que abriu as portas para o uso comercial das sementes geneticamente modificadas, estão estampadas em livros e em reportagens que revelam tentáculos cada vez mais insidiosos. E, para nossa desgraça, já sob o governo Lula, a multinacional penetrou fortemente no Brasil com o alastramento de sua variedade de soja Roundup Ready (RR), além da recente e polêmica aprovação pela CNTBio da comercialização do milho MON 810.
Pois bem. Nesta última semana a boa notícia vem da Romênia, que acaba de decretar o banimento dessa variedade por suspeitar de seus efeitos nocivos ao meio ambiente. Com essa decisão, fecha-se o cerco contra os transgênicos na Europa, onde sete outros países adotaram o mesmo procedimento (França, Hungria, Itália, Áustria, Grécia, Suíça e Polônia). Mais um motivo para manter acesa a chama, em nosso país, da boa e urgente mobilização contra a penetração irresponsável de produtos geneticamente modificados, em aberto prejuízo ao princípio da precaução e à defesa da saúde humana.
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