"Com o agravamento da crise de alimentos, chegará a hora em que será inevitável discutir se vamos preservar o ambiente do jeito que está ou se vamos produzir mais comida. E não há como produzir mais comida sem fazer a ocupação de novas áreas e a retirada de árvores." A frase foi pronunciada pelo governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (eleito pelo PPS e hoje abrigado no PR), que não tem medo de causar escândalo. Suas opiniões apenas expressam a média do pensamento dominante entre os grandes produtores rurais brasileiros.
Entre a preservação do meio ambiente e a "produção de alimentos", eles cravam sem temor a segunda alternativa e não é de hoje. O dia do dilema "inevitável" já chegou, faz tempo. É isso que explica a permanência e o fortalecimento de potentados cmo Maggi, o maior produtor de soja do país. Explica também o poder desse setor, seus múltiplos tentáculos e sua enorme influência sobre o aparato de Estado.
O que ele não se dispõe a explicar é o fato de que a produção de alimentos no Brasil depende, em mais de 70%, da pequena propriedade familiar e não da agricultura moderna e vocacionada para o vai-e-vem das commodities, apesar de ser o agronegócio agraciado, ano após ano, com o grosso do subsídio agrícola governamental.
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