Os políticos do PTB são gulosos. Para saciar sua fome inesgotável por verbas públicas não se importam com o que pode eventualmente pensar o distinto público. Só isso explica a chantagem explícita que a bancada do partido faz pela imprensa, tendo à frente o líder na Assembléia Legislativa, deputado Joaquim Passarinho, para que o governo Ana Júlia "cumpra a palavra empenhada" e libere até hoje a primeira das seis parcelas dos R$ 18 milhões prometidos ao prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB). Caso contrário, a bancada se afastará da base do governo.Mistérios cercam este convênio. Primeiro, trata-se de transferência voluntária, sem qualquer obrigação legal. Em outras palavras, nada obrigava o governo petista a se comprometer com os planos reeleitorais do mais que suspeito prefeito da capital. Segundo, depois de assinado o convênio meses atrás teve início o jogo de empurra, mistura de malabarismo político e de pretensa esperteza da baixa-política, envolvendo os famintos petebistas e o alto comando do governo estadual, este simulando mal-estar diante de uma situação na qual se envolveu por vontade própria.Qual será o desfecho do imbróglio? Não se deve esperar nenhuma cena espetacular, mas convém acompanhar os próximos movimentos desta opereta chinfrim. Se ceder e liberar os primeiros R$ 3 milhões, o governo Ana Júlia estará reduzido à exata estatura da bancada do PTB. Se, ao contrário, optar pelo rompimento de um trato que desde o início não apresentou a marca do mais pálido interesse público, os ocupantes do Palácio dos Despachos sinalizarão com a possibilidade de jogar algum peso na sucessão de Belém, na qual o PT ainda patina no solo escorregadio da divisão interna e da falta de nomes competitivos.
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