Foi longe demais a demonstração pública de indisciplina do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia. Vestido com farda de campanha, o militar da ativa compareceu a um debate no Clube Militar, no Rio de Janeiro, na presença de centenas de oficiais das três Armas, inclusive alguns ex-ministros do Exército, para atacar frontalmente a política governamental relativa aos povos indígenas, qualificada por ele como "lamentável e caótica". Por trás do violento discurso de um oficial que deve obediência à hierarquia e disciplina, a orquestração de uma campanha contra as Terras Indígenas em áreas de fronteira, com alvo específico na conflagrada reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima.
A imprensa relata que o presidente Lula teria ficado "muito irritado" com o episódio e cobrado, em audiência ontem à noite no Planalto, que o ministro da Defesa e o comandante do Exército "cobrem explicações" do general Heleno. É muito pouco. Para preservar o que resta de sua autoridade como chefe supremo das Forças Armadas, o presidente da República precisa determinar a punição exemplar do general, conforme determina o regulamento, além de seu afastamento imediato do comando de uma área tão estratégica.
Menos do que isso é permitir o flerte com o risco de insubordinação militar, algo que não chega a ser algo inédito na história recente do Brasil.
Um comentário:
Passados tantos anos do fim do regime militar. Os Homens de farda não aprenderam a respeitar um governo civil e pior de tudo, manipulam os discursos sobre soberania nacional, direcionando ataques aos direitos constitucionais e principalmente humanos, dos povos indígenas.
Cláudio
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