terça-feira, 22 de julho de 2008

De Chávez para Bush, com carinho

Imaginem um programa social focado nas milhares e milhares de famílias que vivem na indigência nos... Estados Unidos. Isso mesmo, no coração do país mais rico do planeta. E não se trata de uma mera demonstração propagandística, como alegam seus mais acerbos críticos. Tem alcance e, talvez, eficácia social a ser devidamente comprovada.
A Missão para a Revolução Energética, ONG inspirada e financiada pelo governo de Hugo Chávez, da Venezuela, lançou suas âncoras na terra do Tio Sam. Em 11 cidades norte-americanas, incluindo a capital, Washington, o projeto pretende distribuir 500 mil lâmpadas de baixo consumo de energia, para alcançar uma economia de US$ 15 milhões de dólares ao longo dos dez anos de vida útil destes equipamentos. O financiamento do trabalho vem do lucro obtido pelo país sul-americano com a venda, cada vez mais lucrativa, de suas reservas petrolíferas. Ironicamente, mais de 40% desse comércio tem como destino as bombas de gasolina do país que colocou Chávez no índex a ser combatido, neutralizado ou até aniquilado, através da utilização de todas as armas que estiverem disponíveis.
Se alguém achar que isso é um devaneio chavista, uma manobra propagandística como muitas que a mídia internacional faz questão de vincular à imagem do dirigente bolivariano, não custa ampliar um pouco a abordagem, procurando outros exemplos - menos ideológicos, por certo - da parceria que a Venezuela tem celebrado com países do chamado mundo desenvolvido. Encontrará um inusitado acordo que permite à poderosa Grã-Bretanha oferecer desconto no transporte coletivo a usuários de baixa renda em função da compra, por preço altamente subsidiado, de petróleo venezuelano, para ficar em apenas um dos muitos exemplos de cooperação existentes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Enquanto isso, a maior parte da população venezuelana sofre os males da precariedade da saúde pública; segurança ; desabastecimento de alimentos e outras pragas.
Não é, no mínimo, estranho , oferecer ajuda humanitária externa enquanto os de casa sofrem?
Pode não ser, mas que parece demagogia política parece.