O leitor de O Liberal de hoje ficou sem saber duas informações fundamentais sobre a primeira pesquisa IBOPE na capital: quem contratou e pagou a sondagem e a rejeição de cada candidato. Assim, fica difícil interpretar os números, neste precário e ainda morno início de campanha.
Como o Página Crítica não é baú, aí vão as informações sonegadas: o IBOPE trabalhou a soldo dos Democratas (ex-PFL) e de sua candidata Valéria Pires Franco. E o mais rejeitado, ostentando sólida e absoluta liderança, é o atual prefeito Duciomar Costa, nada mais natural para quem está colhendo os frutos (amargos) de uma gestão ruinosa.
Um comentário:
Segunda-feira, 21 de Julho de 2008.
Duciomar Costa tem, disparadamente, a maior rejeição
Se rejeição reelegesse, o prefeito Duciomar Costa (PTB), candidato à reeleição, já poderia muito bem mandar passar o terno para emplacar mais quatro anos no Palácio Antônio Lemos. E a governadora Ana Júlia Carepa, confirmando aferições do Vox Populi tem um alto, aliás, um altíssimo índice de desaprovação, nestes 18 meses de governo.
A pesquisa do Ibope, encomendada pelo DEM nacional e que o PTB não queria de jeito nenhum que fosse divulgada, tanto que chegou a impugná-la, mostra que Duciomar é o mais rejeitado dentre os sete candidatos que concorrem à Prefeitura de Belém, nas eleições de outubro próximo.
Quando o Ibope – cuja pesquisa está registrada na 98ª Zona Eleitoral sob o protocolo nº 1119/2008 - perguntou aos entrevistados em quais candidatos eles não votariam, nada menos de 33% responderam que não cravariam seu voto em Duciomar Costa.
O menos rejeitado é o delegado aposentado João Moraes, do PSL, que tem apenas 9%. A ex-vice-governadora Valéria Pires Franco (DEM-PSDB), a vereadora Marinor Brito (PSL) e o ex-deputado federal José Priante (PMDB) aparecem com 10% cada. Arnaldo Jordy (PPS) tem 11% de rejeição e Mário Cardoso (PT), 13%.
Duciomar é mais rejeitado entre as mulheres (37%), os eleitores na faixa etária dos 25 aos 29 anos (46%) e os que têm nível de escolaridade até a 4ª série do ensino fundamental (39%). Valéria é mais rejeitada pelo eleitorado masculino (13%), pelo segmento na faixa dos 40 aos 49 anos (13%) e pelos que têm ensino superior (18%).
Quando o parâmetro é a renda familiar, Duciomar Costa, curiosamente, é mais rejeitado na faixa dos eleitores mais pobres, que ganham até um salário mínimo (42%) e de um a dois (39%). Valéria, a candidata que declarou o maior patrimônio (R$ 7 milhões) entre os sete aspirantes à Prefeitura de Belém, tem rejeição mais acentuada entre eleitoras de maior renda, acima de cinco mínimos (17%), enquanto sua rejeição mais baixa está justamente entre os pobres, que ganham até um salário mínimo (4%).
O Ibope fez uma pergunta singela: se o entrevistado aprova ou desaprova a forma como o presidente Lula vem administrando o País até o momento. A aprovação foi de 61% e desaprovação, 34%.
A mesmíssima pergunta foi feita em relação à governadora Ana Júlia Carepa. As respostas: 31% aprovam, 65% desaprovam e 4% não sabem ou não opinaram. Quanto a Duciomar Costa, a forma como administra alcançou 50% de desaprovação, enquanto 45% aprovam.
OUTROS NÚMEROS DA PESQUISA
Intenções de voto
Duciomar (29%)
Valéria (24%)
Priante (10%)
Mário Cardoso (7%)
Marinor (2%)
Jordy (5%)
João Moraes (1%)
Branco/Nulo – 11%
Não sabe/não opinou – 12%
Segundo o Ibope, esse resultado indica um empate técnico entre os candidatos Duciomar Costa e Valéria Pires Franco, já que a margem de erro máxima da pesquisa é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, fazendo com o percentual exato de voto de Duciomar esteja entre 25% e 33%, e de Valéria Pires Franco esteja entre 20% e 28%.
Simulações de segundo turno
Valéria 46% x 32% Duciomar
Valéria 53% x 23% Mário Cardoso
Valéria 48% x 27% Priante
Priante 41% x 23% Mário Cardoso
Duciomar 41% x 31% Mário Cardoso
Duciomar 38% x 35% Priante
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PESQUISA
* Objetivo - Levantar com eleitores da área em estudo opiniões relacionadas a assuntos políticos/ administrativos.
* Local – Belém
* Período de campo - De 7 a 10 de julho de 2008.
* Universo - A pesquisa é realizada com eleitores de 16 anos ou mais da área em estudo.
* Amostra - O modelo de amostragem utilizado é o de conglomerados em 2 estágios.
No primeiro estágio, são selecionados os conglomerados: setores censitários, com PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho) sistemático. A medida de
tamanho é a população de 16 anos ou mais residente nos setores.
No segundo estágio são selecionados de cada conglomerado um número fixo de eleitores segundo cotas de variáveis descritas abaixo.
VARIÁVEIS PARA COTAS AMOSTRAIS
* Sexo: Masculino e Feminino.
* Grupos de Idade: 16-17, 18-24, 25-29, 30-39, 40-49, 50-69 e 70 anos e mais.
* Instrução: até 4ª série do ensino fundamental; 5ª a 8ª série do ensino fundamental; ensino médio e superior.
* Atividade: Setor de dependência - agricultura, indústria de transformação, indústria de construção, outras indústrias, comércio, prestação de serviços, transporte e comunicação, atividade social, administração pública, outras atividades, estudantes e inativos.
* Fontes de dados para elaboração da amostra: Censo 2000, PNAD 2006 e TSE 2006.
* Número de entrevistas - 602 entrevistas.
* Margem de erro - O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.
* Coleta de dados - Entrevistas pessoais com utilização de questionário elaborado de acordo com os objetivos da pesquisa. As entrevistas são realizadas por uma equipe de entrevistadores contratados pelo Ibope, devidamente treinada para abordagem deste tipo de público.
* Controle de qualidade - há filtragem em todos os questionários após a realização das entrevistas. Fiscalização em aproximadamente 20% dos questionários.
Fonte: Espaço Aberto
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