Israel é uma democracia, a única do conturbado Oriente Médio. Certo? Esse sofisma não resiste a alguns poucos minutos de acompanhamento isento da situação política deste pequeno país, o único na atualidade que se recusa a definir, oficialmente, suas fronteiras, e aplica penas cruéis extensivas aos familiares dos acusados por delitos tidos como de terrorismo.
Ontem, por exemplo, um trabalhador palestino, residente em Jerusalém Oriental ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, teve um acesso de fúria. Pilotando uma retro-escavadeira, ele investiu violentamente contra ônibus e veículos de passeio em uma movimentada avenida daquela cidade, patrimônio cultural da humanidade. O resultado sangrento foi a morte de três civis e o ferimento em outras 40 pessoas. O atacante foi sumariamente morto pela polícia, à vista de todos e sob as câmeras de equipes de TV. Pois bem, o governo israelense já anunciou que, muita embora não esteja comprovada a motivação política para o atentado, considerará o fato como terrorismo. Em conseqüência, a casa da família do rapaz será demolida, como determina a lei em Israel. Isso mesmo, em pleno século XXI, a “única democracia do Oriente Médio”, pratica a retaliação contra familiares de um criminoso, na mais evidente e degradante manifestação da milenar e execrável "olho por olho, dente por dente".
Que ninguém se assuste quando a espiral de violência e sangue voltar a explodir em Israel e na Palestina ocupada, tornando uma quimera o frágil cessar fogo recentemente conquistado com o beligerante Hamas.
Um comentário:
Naquela área não existem inocentes.
Em ambos os lados, os extremistas intolerantes apagam, sempre, a chama da esperança e do entendimento com a gasolina da estupidez sem limites.
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