Não dá mais para esconder: a crise já desembarcou no país e só vai piorar nos próximos meses. Até os porta-vozes do governo, que nas últimas semanas se revezaram na inútil tarefa de tapar o sol com peneiras furadas, já admitem que o pior - com toda sua carga de sofrimento para os pobres - ainda está por vir.
O ministro Carlos Luppi (Trabalho) reconheceu que o desemprego irá aumentar muito no próximo ano. "O primeiro trimestre será brabo", disse ele diante dos primeiros sinais de desaquecimento na oferta de emprego na indústria. Os saldos na geração de postos de trabalho - 554.440 postos criados, um aumento de 39% em relação a igual período de 2007, já ficaram no passado, nem dá para fazer festa. De agora em diante, as previsões sinalizam para demissões em massa, que começam nos setores mais dinâmicos da economia e, em seguida, contaminam todo o resto.
Apesar de todos os sinais, o governo Lula permanece priorizando o socorro aos bancos e grandes empresas, torrando bilhões de reais das reservas. Proteção ao trabalho? Por enquanto nada. E sem a indispensável pressão do movimento sindical, em sua maioria preso à camisa de força da domesticação, o futuro imediato tende a ser pior, muito pior.
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