As agências internacionais não param de atualizar o placar macabro: são mais de 375 mortos e 1600 feridos na mais nova e brutal ofensiva de Israel contra o povo palestino. É isso mesmo: é uma guerra contra um povo e não contra um suposto grupo terrorista, como quer fazer crer a propaganda israelense.
A diplomacia internacional trata o assunto como uma banalidade. Pede "moderação", denuncia o caráter "desproporcional" da resposta de Israel, condena o lançamento de foguetes pela guerrilha palestina equiparando-o às toneladas de explosivos despejados pela aviação de caça do mais bem armado país do Oriente Médio. Numa palavra, se depender dos governos, inclusive das nações árabes, o pogrom vai continuar afogando Gaza em sangue.
A nota do Itamaraty é um emblema destes novos tempos. E como regrediu, sob o governo do PT e de Lula, a posição brasileira, outrora muito mais afinada com a luta histórica pela auto-determinação do povo palestino. São sutis - se é que existem - as diferenças entre a visão do Brasil e aquela expressa pela União Européia, por exemplo. O marco político é, todavia, o mesmo e está sob forte influência deste longo período de supremacia mundial de Bush e seus asseclas.
A esperança, como sempre, está nas mãos dos povos. As manifestações contra o massacre se multiplicam em todas as partes, inclusive no interior de Israel, envolvendo árabes palestinos e judeus progressistas. É aí justamente que reside a possibilidade de se conseguir um cessar fogo efetivo, que não pode prescindir do envio imediato de uma força de paz da ONU, os capacetes azuis, para criar uma zona de segurança na fronteira de Gaza. Fora disso estaremos apenas fomentando o palavreado inútil e irremediavelmente cúmplice.
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