A crise global se aprofunda e, paradoxalmente, pode refrear, mesmo que temporariamente, a destruição socioambiental na Amazônia. É o que começa a acontecer no bilionário setor de construção das grandes barragens, cada vez com maior dificuldade no levantamento de recursos junto ao sistema financeiro.
Segundo a Folha de São Paulo de hoje (só para assinantes), Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, registram a fuga de potenciais investidores, assustados pela escassez de crédito e, ao mesmo tempo, desconfiados de que essas estratégicas obras do PAC poderão mesmo produzir enormes desequilíbrios na região. Muitos bancos, como o Santander e o Itaú relutam em associar suas marcas a um desastre anunciado.
Não por coincidência, mal começou a ser construída, a hidrelétrica de Santo Antônio já provoca danos, com a mortandade de 11 toneladas de peixes. O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) simula surpresa e indignação, mas é claro que ele sabia que a licença concedida pelo Ibama, às pressas e sob forte pressão do governo Lula, trazia no ventre essa e muitas outras ameaças, que desgraçadamente começam a se concretizar.
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