sábado, 27 de dezembro de 2008

Blitzkrieg natalina

Estrondos. Mais de 20 mísseis cortam o céu. F-16 em formação de ataque. Alvos explodem em terra. O som lancinante das ambulâncias estremece as ruas do "gueto" de Gaza, pequena extensão de 360 Km2 e seus 1,4 milhão de habitantes. Missão cumprida? Talvez. Quando a esquadrilha de aviões de combate do Estado de Israel retornar à sua base terá deixado um saldo de dezenas de pessoas mortas e um outro tanto de feridos. No solo sagrado para as três principais religiões monoteístas do planeta, à vista de todos, perpetra-se um ato de violação explícita do direito internacional. Mais do que isso: o saldo da operação que prepara provavelmente uma ofensiva terrestre para os próximos dias, será a ampliação do caldo de cultura de ódio e da vingança sem fim.

Depois de alguns meses de uma instável trégua entre Israel e o Hamas, as últimas semanas foram de forte tensão nos territórios ocupados. A retomada do bloqueio à Gaza, que submete a população civil a um inominável castigo coletivo e o disparo de mísseis pela guerrilha contra as colônias israelenses fincadas em áreas às proximidades dos campos de refugiados palestinos, toldaram o horizonte e deram claramente o sinal: estava aberto o caminho para mais um banho de sangue.

Fontes palestinas falam em 140 mortos, entre eles muitos civis. Israel, por sua parte, justificará seu ato de agressão como "exercício do direito de defesa". E o mundo assistirá, impotente e cúmplice, que o extermínio prossiga, projetando seu signo de violência e barbárie para o Ano-Novo que se inicia.

Atualização das 20h22:


A carnificina foi muito maior ainda. Pelo menos 225 palestinos mortos e 300 feridos. E Israel, com respaldo incondicional do moribundo governo Bush, promete mais, muito mais. A Palestina ensangüentada pode cair numa voragem de sangue e terror nos próximos dias, enquanto a comunidade internacional se limita a lançar notas diplomáticas trazendo condenações tão polidas quanto inúteis.

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