A crise avança e os empregos vão sucumbindo na mesma proporção em que o cenário vai se tornando mais obscuro. Eike Batista, da MMX, manda para a rua dois mil operários de sua siderúrgica de Corumbá (MS). A Vale, que já demitira 1,3 mil trabalhadores na semana passada, anuncia que vai reduzir em 65% a produção de pelotas de minério de ferro, de duas de suas unidades no porto de Tubarão, no Espírito Santo. "Diante da severidade da recessão global e das incertezas sobre a evolução da demanda, a Vale continuará a administrar sua produção de acordo com as condições de mercado prevalecentes no curto prazo", sofisma a segunda maior mineradora do mundo.
Algo estranho, mas ao mesmo tempo sintomático, que um player mundial afirme com todas as letras que administra sua produção "de acordo" com a "demanda de curto prazo". Ora, enquanto transfere a conta para seus desprotegidos trabalhadores, o que a Vale faz é diminuir a oferta para forçar melhores condições no inevitável realinhamento (para baixo) do preço de seus produtos. No curtíssimo prazo, sem dó nem piedade.
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