segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Más companhias

Sinal de que a política externa tem dado uma sensível guinada nos últimos tempos, o Itamaraty acaba de anunciar que Brasil não assinará o tratato contra fabricação, uso e venda de bombas de fragmentação. Com essa inusitada posição, optou-se por dizer não aos 92 países que já subscreveram o tratado, preferindo a suspeitíssima companhia dos Estados Unidos, Israel, Rússia, Índia e Paquistão.
As bombas de fragmentação são armas terríveis, cujo histórico de utilização remete a incontáveis massacres de populações civis, as principais vítimas desse odioso artefato. No mundo inteiro, mas particularmente no Líbano, Iraque e Afeganistão, milhares de civis pereceram vítimas destas armas mortíferas, com o selo de garantia do Pentágono. Uma barbárie que a comunidade internacional, com enorme atraso, busca agora banir definitivamente.
Já é tempo para que a sociedade brasileira acorde para o que se passa nas entranhas da outrora pacifista diplomacia nacional. Pouco a pouco a lógica dos interesses mercantis vai se impondo. Sob as bênçãos de Lula, pontifica a perigosa hegemonia da dupla Nelson Jobim (Defesa) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), animadores de uma platéia militar cada vez mais assanhada.

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