Que tal rasgar uma estrada bem pelo meio da maior área de preservação ambiental de Belém, com 1380 hectares, exatamente aquela porção precariamente protegida nas imediações dos mananciais - Utinga, Água Preta e Bolonha - responsável por 75% do abastecimento de água da cidade? Um descalabro, um absurdo sem cabimento? Não, pelo menos não para o governo Duciomar Costa (PTB), que acaba de publicar o aviso de licitação para a Concorrência Pública No 018/2008, que prevê a "Implantação da Via Metrópole que ligará a Estrada da Ceasa no município de Belém ao município de Ananindeua".
"Via Metrópole", neste caso, é um simples nome de fantasia, nada tendo a ver com o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) ou com o trabalho dos técnicos japoneses da JICA, tantas vezes ressuscitado nos períodos eleitorais. É algo novo, surgido da inesgotável fonte de intervenções urbanas tão atrapalhadas quanto nocivas ao presente e futuro da capital, mas que devem distribuir dividendos. Pelo menos, para os amigos do rei e suas obscuras empresas com seus grandes contratos.
Com a palavra, por favor, os órgãos de controle ambiental e o Ministério Público, enquanto ainda há tempo para impedir que mais um crime se concretize. Quem se habilita?
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