A cada dia a bancada ruralista e o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) radicalizam mais o discurso. Não se contentam mais com o chamado "Floresta zero", um mal-ajambrado projeto de mudanças no Código Florestal, que entre outras sandices propõe reduzir a reserva legal de 80% para 50% para Amazônia. Agora, pretendem anistiar - isso mesmo, anistiar - todos os produtores rurais que tenham desmatado as áreas de preservação permanentes (APPs) - encostas, nascentes de rios, por exemplo - até 31 de julho do ano passado. E tudo, como sempre, justificado como forma de assegurar a sobrevivência do agronegócio nacional, sob fogo da crise mundial, de um lado, e da legislação ambiental draconiana, de outro.
Pode ser uma jogada, uma armação, para que o projeto original, que vem sendo bombardeado por entidades ambientalistas e por setores governistas, estes, como se sabe, sempre vacilantes e tíbios, comece a ser visto como um "mal menor". Pode ser, mas convém não duvidar das sempre ofensivas intenções de quem já está acostumado a mandar desde muito. Quem sabe, desde que as primeiras naus da Coroa Portuguesa deram em nossas praias.
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