Nenhum dos 250 deputados integrantes da bancada ruralista na Câmara Federal poderá dizer que não tem motivo para ser fiel ao governo Lula. Está entrando nos trilhos mais um escandaloso calote de dívidas dos proprietários rurais junto aos bancos públicos - notadamente no Banco do Brasil - na ordem de R$ 30 bilhões. A medida, costurada pelo ministro José Múcio (Relações Institucionais), não pode ser acusada de original. Só no governo FHC foram feitas três grandes rolagens de dívidas do setor rural, totalizando mais de R$ 50 bilhões (em valores históricos). Sob a batuta de Lula, os mesmos métodos de sempre são utilizados para cimentar uma base cujo fisiologismo é diretamente proporcional à gula por cargos e privilégios de todas as ordens.
Assim é que fica mesmo muito difícil tocar projetos de cunho popular como a revisão dos índices de produtividade da terra ou aprovar, em segundo turno, a PEC 438, que confisca as fazendas onde há trabalho escravo. São velas incompatíveis e não é possível acendê-las simultaneamente no altar dedicado a apetites tão forazes.
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