Pela segunda vez, a rádio comunitária Resistência FM, mantida por movimentos sociais em Belém, foi invadida e lacrada pela Polícia Federal a mando da Anatel. A operação policial transcorreu com maior violência, com o empastelamento da redação – livros, revistas, cabos e outros bens foram destruídos, além da apreensão do transmissor de 25 watts e da mesa de áudio. Um comunicador popular que apresentava o programa no momento da invasão foi detido.
A política de comunicação do governo federal – contrariando os que ainda deliram diante das promessas de “democratização da mídia”- segue seu caminho, centrada na imposição de férreo controle sobre as poucas estações alternativas que ainda sobrevivem. É uma repressão seletiva, com objetivos políticos claramente estabelecidos. Calar a esquerda, isso é o que importa.
Entrementes, as outorgas de novas freqüências continuam a animar o balcão de negócios em um Ministério das Comunicações sob o controle do PMDB desde tempos imemoriais. Aos amigos da realeza, tudo. As concessões para rádios e TVs engrossam os bornais de uma trupe de malfeitores, alguns com assento na Câmara Federal. Comércio lucrativo capaz de erguer, em poucos anos, alguns impérios voltados para a prática da extorsão e do mais degradado estilo de mau jornalismo.
Fazer a tal reforma agrária nas ondas do ar é questão vital para continuar se almejando uma democracia no país. Antes que a força bruta tenha conseguido se impor de forma definitiva e estenda seu manto de silêncio.
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