segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Chacina à mineira

Quatro anos depois, a execução de quatro funcionários do Ministério do Trabalho em Unaí, Minas Gerais, permanece impune. Os mandantes - prósperos fazendeiros da região - estão em liberdade, beneficiando-se de seguidas e muito bem pagas protelações jurídicas.
Os irmãos Mânica, um dos quais prefeito de Unaí, denunciados como contratantes dos pistoleiros - estes, presos - têm poder suficiente para levar o caso aos tribunais superiores, arregimentando um exército de advogados que exploram cada uma das muitas brechas que a lei reserva aos endinheirados.
O crime, que provocou grande comoção, foi decisivo para que a Câmara dos Deputados, em 2004, aprovasse em primeiro turno, a Proposta de Emenda de Emenda Constitucional (PEC) 438, que estabelece o confisco das fazendas onde for flagrado trabalho escravo. Desde então, com o aumento de musculatura da bancada ruralista, a emenda está sob embargo de gaveta.
Hoje é dia não só de lembrar a memória de servidores federais que morreram combatendo a degradação do trabalho. É dia também de lutar contra a impunidade.

Um comentário:

Manoel disse...

Camarada Jr,
Muito bem lembrado, aliás o crime também foi objeto de debate e revolta na posse da nova diretoria da Assintra (Associação do Auditores Fiscais do Trabalho)em Belém.
Acredito que o senador Nery deveria propor ao senado a realização de uma sessão especial para lembrarmos o ocorrido e exigirmos a aprovação da PEC do trabalho escravo, bem como mobilizarmos a população para o ato nacional em março na capital federal.
parabéns
Manoel Amaral