Fingindo estar alarmado, o presidente Lula promete para hoje uma reunião ministerial de emergência para debater o avanço do desmatamento na Amazônia. Dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente dão conta que, somente de agosto a dezembro, foram desmatados 3.235 km2 de floresta, número que pode alcançar 7.000 km2, de acordo com os técnicos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
As causas da aceleração podem ser facilmente detectadas, sem ser necessário muito empenho investigativo. Basta consultar a cotação internacional do gado e da soja, nas Bolsas de mercadorias, para se identificar o vilão de sempre: commodittes em alta, floresta no chão. Leis do mercado, ora direis.
Enquanto a mata arde, o Pará reassume a liderança no ranking da destruição socioambiental. O Imazon, cuja respeitabilidade não deixa dúvidas, afirma que o avanço da motossera em terras paraenses tem sido implacável, superando o Mato Grosso, até então o paraíso dos sojeiros e pecuaristas. Dados de novembro (em relação a outubro) revelam um incremento de 300% no volume de floresta derrubada, demonstrando que o agronegócio não está brincando em serviço.
O que esperar da reunião de "emergência" dos ministros de Lula? Nada além de declarações de boas intenções, num jogo de cena para inglês ver. Lá fora, os termômetros apontam para um incontrolável - nos marcos do atual modelo agroexportador - processo de aniquilamento de um patrimônio que a natureza demorou incontáveis séculos para construir.
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