Não existe um sinal de igualdade entre Belém - sua história, seu povo, seu futuro - e seus minúsculos governantes de plantão. Se este nivelamento existisse seria quase como uma decretação de falência, metástase avassaladora, tragédia definitiva.
Felizmente, a construção social e histórica representada pela capital de todos os paraenses já demonstrou ser muito maior, dotada de inesgotável capacidade de resistir a intempéries variadas e, não raro, violentas, como é o caso dos últimos anos de absoluto desgoverno e abandono.
Sob a marca das muitas feridas de desamor, emerge hoje, aos 392 anos de existência, uma cidade dotada de beleza particular e luz própria. Por isso, não são exagerados os cantos de seus apaixonados poetas, nascidos e criados aqui, ou que, vindos de fora, encontraram nessas terras motivos suficientes para serem arrebatados, tornando-se adoradores voluntários e fervorosos da fluviocracia - "cidade-chave", "cidade-síntese", "cidade-símbolo" da Amazônia - que Eidorfe Moreira tão brilhantemente definiu.
Agora e mais do que nunca, parabéns Belém!
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