A Eletronorte se prepara para a guerra. Uma guerra contra a população que se abriga miseravelmente em seu entorno, deserdada de um Eldorado que nunca chegou.
A estatal está comprando diversos equipamentos para tornar mais eficiente sua tropa anti-motim, serviço de segurança patrimonial mascarado de batalhão de choque. Senão, vejamos os itens com os quais serão gastos, pelo menos, R$ 218 mil: 36 pares de "caneleiras anti-tumulto"; "cotoveleiras" para utilização em ação tática e "luvas para emprego em distúrbio urbano"; escudos, capacetes e coletes de uso controlado pelo Exército, além de 36 pares de tonfa - cassetete com empunhadura vertical, muito utilizado por forças policiais.
Logo se vê, por essa relação, que a Eletronorte não se prepara para combater atentados terroristas contra as estratégicas instalações da 2a maior hidrelétrica do país. Antes se prepara para se defender a imensa e insubmissa massa de excluídos, em permanente mobilização para ver respeitos, mesmo que parcialmente, seu direito a uma vida com o mínimo de dignidade.
Que tal investir mais tempo - e recursos - no atendimento da pauta dos atingidos pela barragem? Este é o único caminho para que seja pago uma parcela que seja da enorme dívida socioambiental que a construção de Tucuruí deixou ao povo do Pará como herança nefasta.
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