A experiência acumulada manda aplicar o máximo de ceticismo ao recente acordo anunciado entre o Ibama e a Cosipar - que produz ferro-gusa em Marabá - por meio do qual a empresa, conhecida pelo enorme passivo socioambiental, se compromete a reflorestar no prazo de dez anos - com "espécies nativas" - 32 mil hectares no Pará. Em troca, poderá pagar apenas 10% dos R$ 65 milhões em multas acumuladas ao longo dos últimos anos, em decorrência de variados e graves crimes contra a natureza e as populações locais.
Com o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado, a Cosipar espera que a Vale retome o fornecimento de minério que está suspenso desde outubro do ano passado, que levou a uma queda de até 30% de sua produção anual de 500 mil toneladas de ferro-gusa.
Teme-se o risco do prometido "reflorestamento com espécies nativas" virar monocultivo ou plantações homogêneas, como o eucalipto, que a empresa alega possuir um viveiro com mais de 7 milhões de mudas. Um negócio da China, na esteira de um belo jogo de faz-de-conta?
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