Que a ânsia privatista integra o DNA dos políticos tucanos, não há mais quem duvide. Por isso, não deve causar maiores solvancos na opinião pública a decisão do governador José Serra (PSDB-SP) de dar continuidade à privataria - através da venda da o leilão da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), a terceira do ranking nacional de geração de energia. Uma jóia da coroa, portanto, que poderá ser arrematada por R$ 6,6 bilhões. Muito dinheiro? Não necessariamente. Esses números aparentemente gigantescos podem esconder as mesmas armadilhas de sempre, por meio da presença cruzada de fundos de pensão, fartas linhas de crédito do setor público e os inevitáveis repasses às tarifas, que transformaram o processo de privatização de estatais em um dos mais lucrativos negócios desde a década passada.
De olho na negociata, grandes monopólios estrangeiros, como a franco-belga Suez/Tractebel e a Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola. Em suma, está em curso a desnacionalização desse setor estratégico para o desenvolvimento nacional.
A promessa do governo paulista é concentrar os recursos arrecadados em investimentos em infra-estrutura e em saúde pública, tudo em ano de eleições municipais, ensaio geral para a disputa do Palácio do Planalto em 2010. Nestes labirintos que unem interesses públicos e privados não se deve crer em coincidências.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
A roda da fortuna
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