O desempenho da governadora Ana Julia, quando obrigada a responder perguntas ao vivo, costuma ser sofrível. Quando mais pressionada, maior a chance de que seus argumentos se embaralhem, ou, em alguns casos, se explicitem de uma forma digamos pouco conveniente. Foi o que ocorreu ontem, por exemplo, ao responder sobre como o Estado responderá à ação do Ministério Público que exige a reforma de todas as cadeias públicas, com transferência dos presos para locais menos insalubres. "Não tenho orçamento. Só se puder retirar parte das verbas destinadas ao Ministério Público ou ao Tribunal de Justiça", afirmou a governadora para o constrangimento da bancada da imprensa que cobria a coletiva.
Como o assunto é sério demais para ser tratado como piada, o ato falho pode ser expressão de um estado de beligerância declarada diante das (ainda poucas) críticas que vem recebendo aqui e acolá. Uma boa dose de prudência e ponderação - proporcionais aos desafios de governar um Estado com problemas tão crônicos - seria mais que recomendável.
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Sem teleprompter
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4 comentários:
Esperar mais do que isso da governadora Ana Júlia, é não conhecê-la.
Ana Júlia é isso que está aí, e olhe lá.
O grande problema é que ela poderia até ser essa figura mediana, mas sua equipe poderia muito bem compensar essa sua, digamos assim, fraqueza, mas parece que todos são piores do que ela.
O que temos hoje no Pará ? Uma governadora conhecida nacionalmente pela grande imprensa como uma desgringolada, e um governo pra lá de ruim.
Pelo jeito, mudanças a vista, novamente.
Em 2010, que logo logo, está aí.
Aldenor, vc foi muito forte com o título do post ao afirmar que a governadora não fala em a geringonça. Ela fala sim,e é muito amável no trato pessoal. Realmente, como vc a conhece desde a a universidade isso não é crítica que se faça. No resto da mensagem, por outro lado, vc foi muito correto. De fato, falta maior conhecimento da máquina e de administração pública para a nossa governadora, o que demonstra que devemos sofrer um pouco durante essa gestão. Agora, a resposta é de um primitivismo que dá tristeza. Ela já se acha a dona do pedaço, reproduzindo - infelizmente - o modo de governar que tanto combatia. Já reparei que quase sempre ela chora em seus discursos, descamba para o simples e mero choro, principalmente se o tem for relacionado como dor, morte, assassinados, pobreza, etc. Será uma tática de cunho retórico, por não saber se virar com os assuntos? Vamos fazer o seguinte: reunir a moçada de novo, dos tempos acadêmicos e dá uma força pro pessoal da DS. Deixe o sectarismo de lado. Que achas? Afinal, essa foi a meta - chegar ao poder - que traçamos naquela época.
ex-comuna, hoje anarquista
Caro ex-comuna, hoje anarquista,
Veja, o título foi só um recurso à ironia, não teve a pretensão de ser ofensivo. O mais importante é chamar atenção para um determinado tipo de postura das autoridades, que se fecham às críticas e reagem, não raro, com intolerância.
A situação dos presos recolhidos às delegacias e seccionais é um escândalo. Desumana, degradante, imoral.
Se não é possível resolver tudo de uma vez - em decorrência das limitações orçamentárias - é preciso ter um plano de emergência, que enfrente os quadros de gravidade mais aguda. Ou vai se esperar pelo próximo escândalo?
agradeço a atenção e o savoir-faire
mais, Bakunin Vive!! (E Fidel ainda)
anarquista de sempre
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