A decisão da Secretaria de Administração de anular a prova específica para fonoaudiólogo do concurso da Seduc, na qual foram encontradas, pelo menos, 10 questões integralmente copiadas de outro concurso realizado no Estado, é aquele tipo de ação necessária, porém insuficiente.
Diante do risco iminente de desmoralização de todo o processo, o governo do Estado deveria submeter a uma auditoria o conjunto das provas realizadas pelo Cefet. Quem pode assegurar que as irregularidades estão restritas a apenas essa prova e não terão contaminado todo o certame?
O que efetivamente está em jogo é a credibilidade do processo seletivo, algo que precisa ser preservado a todo custo. O mais tênue fio de suspeita contamina e põe em risco a lisura da seleção, ainda mais quando se sabe que não foram seguidos com o rigor necessário os procedimentos para selecionar, sem licitação, as entidades que estão promovendo os concursos e isso não atinge apenas a FundCefet. A não ser que se conceba como "notória especialização" o fato de uma empresa, fundada há menos de dois anos, e que tenha realizado apenas um concurso público para a prefeitura da cidade de Amargosa, interior de Minas Gerais, como é o caso do tão desconhecido como suspeito Instituto Movens. A entidade, sediada em Brasília, apesar de sua quase nula experiência, “ganhou” o direito de realizar concursos para milhares de vagas em órgãos da maior importância, como a Secretaria de Estado de Saúde, a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Só crendo em milagre para achar que tudo isso não acabará em tumulto e em intrincadas demandas judiciais.
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