Como é de costume, o Ibama acaba de divulgar seu balanço de 2007. Nele uma cesta de números tão eloqüentes quanto denunciadores da barbárie ambiental ao que Pará está submetido. Em 21 operações especiais realizadas, foram lavrados 549 autos de infração, totalizando R$ 261.082.323,17 em multas, que dizem respeito a 38.594,854 m3 de madeira apreendida.
Dessa sopa de números, entretanto, deve-se concluir que tudo o realizado ainda é pouco diante da dimensão amazônica do problema. Aliás, o recente anúncio de que o preço da soja, cotado na Bolsa de Chigado, atingiu na última semana níveis recordes, revela o que vem pela frente. Em 2008, dizem as entidades ambientalistas, a Amazônia e o Pará em especial poderão assistir a um recrudescimento dos crimes ambientais, com forte elevação dos índices de desmatamento, como já começou a se registrar a partir de agosto último. É a fronteira agrícola se movimentando sobre a floresta, de forma implacável.
Por isso, talvez fosse mais útil saber quanto dessa dinheirama de multas foi efetivamente recolhida aos cofres públicos e quanto - talvez a maior parte - esteja engordando a paquidérmica Dívida Ativa da União. Só atingindo os desmatadores e grileiros em seu ponto mais sensível é que as coisas poderão começar a mudar. Trata-se do bolso, é claro.
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sábado, 5 de janeiro de 2008
Afogado em números
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