quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O nome da crise

A confirmação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) como o novo ministro das Minas e Energias revela o grau de dependência – voluntária, ressalte-se – do governo Lula em relação à base fisiológica no Congresso, esse heterogêneo e barulhento condomínio que tem em figuras como José Sarney e Jader Barbalho sua mais perfeita tradução.
Exposto a altas labaredas na última semana, Lobão resistiu e acabou sagrado ministro, mesmo sob preço de provocar a introdução de um novo móvel de tensão no conflagrado plenário do Senado.Com sua posse no ministério, Lobão deixa o mandato para seu filho, crivado por sérias denúncias de corrupção. Certamente, a presença do herdeiro político dessa importante família sarneysta será fonte de dor de cabeça para as lideranças da base aliada, que apostam tudo na operação abafa no estilo da que salvou o pescoço de Gim Argello (suplente que substituiu o renunciante Joaquim Roriz). O argumento utilizado – ética e juridicamente questionável – foi o de que não se pode apurar crime ocorrido antes do início do mandato. Uma espécie de salvo-conduto para toda sorte de pilantragens.Apesar dessas manobras, tudo indica que a temperatura em Brasília estará nas alturas nas próximas semanas. E a crise, depois de perseguir por meses a fio a clã Calheiros, pode começar 2008 respondendo por outro sobrenome.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lobão na selvaquarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Confirmado no Ministério das Minas e Energia, o ex-governador Edison Lobão vai encarar uma parada indigesta.

Assume na contramão da vontade de seus ex-correligionários do DEM e dos petistas ligados à poderosa ministra Dilma Roussef. Os demistas não perdoam ele ter deixado a oposição para juntar-se à ala chefiada pelo ex-presidente Sarney no PMDB. Ela preferia manter no cargo o engenheiro Nelson Hübner, interino desde a exoneração de Silas Rondeau, há oito meses.
Vai ter a mídia nos calcanhares o tempo todo.
Encrenca<
Tudo indica que o primeiro suplente Edinho Lobão (DEM) vai mesmo assumir o mandato do pai.
O DEM ameaça expulsá-lo se não der “explicações convincentes” para as suspeitas de fraude fiscal e outras irregularidades empresariais. Ele se diz tranqüilo.

Walter Rodrigues | 23:16
Blogue do Colunão www.walter-rodrigues.jor.br