Daniel Dantas é um homem especial. Com apenas 52 anos está sempre no centro de violentas polêmicas. Dinheiro e poder parecem não amedrontar este economista, doutorado no Massachusets Institute of Technology, nos EUA, que construiu sua carreira à sombra da ditadura (afilhado dileto de ACM) e que soube como ninguém se aproveitar dos novos tempos de saque ao patrimônio público estatal, quando um aventureiro das Alagoas assumiu a Presidência em 1990.
Tudo em que toca vira ouro. Midas da era da globalização ou um bucaneiro moderno, pronto para cobrar o corso em nebulosas transações?
Nas primeiras semanas de 2008, a Brasil Telecon (BrT), controlada pelo Banco Opportunity de Daniel Dantas, teve valorização na Bolsa de Valores de São Paulo de R$ 1,88 bilhão, alcançando um valor de mercado de R$ 15,32 bilhões. Esse súbito crescimento teve origem na divulgação da provável aquisição da BrT pelo grupo Oi, ex-Telemar, no maior negócio da telefonia brasileira pós-privatização. Sem fazer mistério, lá estão as digitais de Dantas e de sua inesgotável disposição de levar vantagem.
Como se sabe, o Planalto está dando aval a esta operação milionária. Até um decreto presidencial seria proximamente editado para mudar as regras, permitindo a remonopolização do sistema de telefonia, agora em mãos privadas.
Agora os tentáculos do Opportunity começam a aparecer nas terras do sem fim do Sul do Pará. Através de várias aquisições - algumas envolvendo propriedades da família Mutran - o banco - isolada ou em parceria com sócios ocultos - já seria dono de área não inferior a 500 mil hectares, com potencial para transacionar centenas de milhares de cabeças de gado.
Como um rei do gado (e de gentes), Dantas compõe uma nova geração de latifundiários, que a par de sua face aparentemente moderna e de seus jatos executivos, repete, como tragédia e farsa, uma história de apropriação da Amazônia, fonte da pobreza crônica que se impõe como uma maldição há tanto tempo.
Um comentário:
Pelo menos em uma das fazendas dos Mutran, a Cedro, o Daniel Dantas desceu de avião com belas companhias, vindo de Brasília. Com quem? Ele mesmo: Lulinha. Na região o comentário é que o filho prediletíssimo de Lula é sócio de Dantas nessas "aquisições".
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