Ralph Nader, 74, nunca teve medo de polêmicas. Várias vezes candidato independente à Presidência dos Estados Unidos, acaba de anunciar que vai entrar com tudo na disputa deste ano. Washingthon, diz ele, é um "território dominado pelas empresas", o que condiciona a política do governo sempre em sentido contrário à maioria da população.
Depois de ganhar notoriedade por sua defesa intransigente do direito dos consumidores, Nader sabe muito bem o jogo de cartas marcadas que as eleições norte-americanas representam. Nem por isso desanima de sua pregação contra os monopólios que, ao fim e ao cabo, são os que elegem - ou derrotam - os inquilinos da Casa Branca.
Em 2000, por exemplo, concorrendo pelo Partido Verde, obteve 2,7% dos votos, considerada uma marca histórica. Na eleição seguinte, como candidato avulso, seu desempenho foi menor ainda, mas, de qualquer forma, não deixou de dar alguma dor de cabeça aos poderosos de plantão.
Sua candidatura - ridicularizada pelos meios de comunicação - lança mão de táticas de comunicação de guerrilha, apenas para tornar ainda mais evidente os limites de um sistema político em que prevalece sempre o poder do dinheiro e das poderosas máquinas partidárias. Uma espécie de voto censitário num país que costuma se apresentar como modelo de democracia e de liberdade.
Um comentário:
Os Estados Unidos se dizem o exemplo de democracia para o planeta. Mas que democracia é essa onde o voto de um californiano "vale mais" que o voto de um cidadão do estado da Carolina do Sul ou do estado de Wyoming?
O que ocorre são eleições indiretas, desconsiderando o candidato perdedor de cada estado.
Jota-erri, uma vez li, na página da própria embaixada dos EUA em Brasília, que esse sistema, entre outros motivos é para diminuir o chance dos radicais chegarem ao poder, visto que o percentual de radicais em uma população dificilmente é elevado; ou seja, é para coibir as minorias.
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