Todo mundo - sem exceção - parece ter se convertido às causas ambientalistas. Tudo mundo virou verde, pelo menos é o que transparece de um agressivo marketing das grandes corporações.
O maior banco privado do país - o Bradesco - criou o "Banco do Planeta". O Banco Real - sabe-se lá controlado por qual banco estrangeiro - também promete "responsabilidade social e ambiental". Na aparência, os setores mais poderosos do capital teriam, finalmente, despertado para a rota de destruição na qual o planeta está metido, sob ameaça do aquecimento global e da devastação indomável das florestas, poluição das fontes de água potável, extinção dos combustíveis fósseis, etc..
Em Bali, durante a última conferência para debater as mudanças climáticas, comemorou-se um "promissor acordo" com os Estados Unidos: até 2009 serão (?) estabelecidas as novas regras para substituir - em 2012 - o nunca implementado protocolo de Kyoto, de 1997. Mais esperanças e sorrisos amarelos das autoridades mundiais.
Jogo de cena. Frases vazias. Ilusionismo em escala planetária. Nada mais.
A retórica ambiental das grandes corporações - inclusive da todo-poderosa Vale - chega a ser risível quando se sabe que nada - absolutamente nada - vai ter real impacto até quando não se alterar a política vigente nos Estados Unidos, o maior poluidor do planeta e não por acaso uma das nações que se recusaram a subscrever o protocolo de Kyoto. Os Estados Unidos despejam por ano na atmosfera nada menos que seis bilhões de toneladas de dióxido de carbono, sendo também o maior emissor de outros gases que geram o efeito estufa.
A camada de ozônio permanece ameaçada e não apenas pela ganância dos trustes norte-americanos. A Europa, o Japão e a emergente China - no seu voraz salto para o capitalismo - são fortes contribuidores para um quadro que, em médio prazo, pode conduzir a um desastre ambiental sem precedentes.
Não são, portanto, nada animadoras as perspectivas para o meio ambiente nesse 2008 que se inicia.
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