Paraenses presos ou violentados na Guiana Francesa constituem uma realidade que se arrasta há muito tempo, mas que tem se agravado nos últimos anos. São freqüentes as denúncias de tráfico de seres humanos, principalmente de mulheres aliciadas por redes de prostituição. Muitas saem da periferia de Belém e acabam reféns da violência e do estupro nos garimpos em território até hoje usurpado pela França.
O Diário do Pará de hoje retoma o caso de oito pescadores de Vigia, nordeste paraense, que estão presos pelo governo da Guiana desde 19 de novembro, sem julgamento e desassistidos por parte das autoridades consulares de nosso país. Eles faziam parte de um grupo de 12 pescadores que a bordo da embarcação "Deus e Eu" acabou por penetrar em águas territoriais da Guiana, segundo dizem por influência do mau tempo. De toda sorte, a abordagem da polícia de fronteira daquele país teria sido marcada pelo uso desmedido da violência, algo que não chega a ser um comportamento muito inédito por lá.
Resta agora às famílias dos pescadores públicos exigir que o Estado brasileiro se movimente em defesa de seus cidadãos. Eles merecem um julgamento justo e célere, com absoluta garantia do direito de defesa. Não se pode admitir que cidadãos brasileiros sejam submetidos à tortura ou a maus-tratos sem que o Itamaraty registre um protesto formal junto ao governo da Guiana, com expressa exigência de apuração imediata das denúncias, com punição dos envolvidos em caso de comprovação.
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Mar turbulento
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2 comentários:
O governo da Guiana Francesa é da França, esclareça-se. O problema de fato é antigo e os brasileiros por lá realmente enfrentam barras pesadíssimas.
Esses fatos foram a grosso modo ignorados /ocultados pela grande mídia, pelos governos e pelos partidos políticos brasileiros.
O Senador Nery, seu correligionário, bem poderia levar o assunto à tribuna, prestando assim um grande serviço a cidadania brasileira.
Anônimo das 11:51,
Boa idéia. Vou sugerir ao mandato do senador Nery para que a denúncia seja feita da tribuna do Senado. Os demais senadores paraenses também poderiam reforçar a iniciativa.
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