Os defensores do agronegócio não cansam de repetir que o crescimento acelerado do setor não tem nada a ver com a destruição da floresta, que ainda cobre 83% dos 5 milhões de quilômetros quadrados da chamada Amazônia Legal. O gado, o algodão, a soja e a cana-de-açúcar, principais commodities do momento, estariam restritas às áreas de cerrado (16%) ou em porções da floresta já definitivamente degradadas. Esse discurso sofreu um duro golpe com o anúncio pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de que 40% da produção nacional de gado e de soja vêm da Amazônia. A pecuária, por outro lado, não consegue esconder sua forte presença em áreas de floresta - o bioma Amazônia -, onde estão concentradas 73% das 74 milhões de cabeças de gado, em um permanente e agressivo processo de movimentação da fronteira econômica em direção às áreas de mata em pé. Essa devastação socioambiental tem como principal palco os Estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará, não por acaso os primeiros no ranking do desmatamento ilegal.
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