A última chacina registrada no Rio de Janeiro trouxe um detalhe macabro: os três jovens assassinados foram entregues por onze militares do Exército para serem mortos por uma quadrilha de um morro rival. Ocupando o morro da Providência, no centro da cidade, há mais de um mês, as tropas do Comando Militar do Leste foram rapidamente contaminadas com o modus operandi das outras forças de segurança que atuam nas favelas e que têm, não por acaso, o caveirão como símbolo.
As mortes aconteceram poucos dias depois do alerta lançado pelo relator especial da ONU para direitos humanos, Philip Alston, sobre a persistência de métodos criminosos na atuação das polícias cariocas, provocando uma irada reação de autoridades do governo do Estado. Como se vê, as execuções extrajudiciais, assim como a tortura e maus-tratos a presos sob a guarda do poder público, não se constituem como exceção. É a regra que incentiva a continuidade da guerra suja onde já não existe mais nitidez entre bandidos e mocinhos.
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