De uns tempos para cá, virou moda apregoar que o Brasil teria se livrado da verdadeira praga da dívida externa. Até virou cenário para a propaganda do PT, que alardeou em sua última fornada de comerciais de TV o suposto rompimento com o FMI.
Pois bem, não custa refrescar a memória destacando alguns dados compilados pelo economista Gabriel Strautman, integrante da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais e da Rede Jubileu Sul. Em artigo publicado na última edição do Le Monde Diplomatique, em português, é retomada a tese de que a dívida externa já foi paga vezes sem fim, muito embora o País não deixe de ser tratado como devedor. Em quase 30 anos, de 1978 a 2007, o Brasil viu a dívida externa saltar de US$ 52,8 bilhões para US$ 243 bilhões, quando, no mesmo período, foram pagos aos banqueiros internacionais a fábula de US$ 262 bilhões a mais do que ingressou de empréstimos. Um assalto à mão armada, que só possui paralelo com o saque que as metrópoles fizeram, por séculos, em suas colônias do além-mar. É que talvez não estejamos tão distantes dessa condição nos cinzentos dias de hoje.
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