Não deve demorar para o presidente Lula ver digitais manchadas de óleo no projeto em tramitação no Parlamento Europeu que pretende reduzir em 24% a taxa de redução das emissões de gases poluentes em cada um dos tipos de agrocombustíveis. Trocando em miúdos, se aprovada a proposta, o etanol brasileiro, que emite 74% menos que a gasolina, teria sua vantagem relativa reduzida para apenas 50%, o que provocaria um impacto imediato em termos de competitividade internacional.
A diplomacia brasileira, alertada dos riscos, iniciou um imediato trabalho de lobby antes que o "mal" esteja consolidado. A tarefa, porém, pode ser inglória. Independente das eventuais motivações mercantis, a proposta está baseada em um pressuposto correto: os agrocombustíveis não podem ser avaliados sem considerar que sua produção também provoca danos ambientais indiretos, com o deslocamento de plantações - com inegável estímulo à alta do preço de alimentos - e, muitas vezes, com a pressão para novos desmatamentos em biomas sensíveis, como o pantanal e a Amazônia.
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quinta-feira, 26 de junho de 2008
Teoria conspiratória
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